sexta-feira, 12 de março de 2010

LEIA***PESQUISAS E INFORMAÇÕES -*** CONAD***MESTRE IRINEU***UMBANDA***DOENÇAS ESPIRITUAIS***

  O CÉU DE NOSSA SENHORA , MÃE DA DIVINA PROVIDÊNCIA PEDE ENCARECIDAMENTE ÀQUELES QUE DESEJEM PARTICIPAR DOS RITUAIS DE DAIME-XAMANISMO QUE LEIAM ATENTAMENTE ESTES TÓPICOS DE PESQUISAS E INFORMAÇÕES.
  QUANDO DECIDIREM,É NECESSÁRIO HUMILDADE,FÉ E RESPEITO PELO SAGRADO.
  Muitos pensam que pelo fato de terem tido experiências maravilhosas, já obtiveram as respostas e foram transformados.
  Em alguns aspectos foram, mas muitos descobrem a realidade de que existem muitas camadas de condiciona-mento e ignorância a separar a mente superficial do núcleo do ser.
  A Ayahuasca pode levar à transposição dessas barreiras permitindo o acesso à nossa essência, necessitando, contudo persistência e comprometimento no sentido de mudar e remover velhos hábitos que tendem a reaparecer.
  Algumas vezes a experiência transforma, outras vezes mostra o possível, aponta o caminho. A responsabilidade de implementar as mudanças nos pertence.
  Para os que buscam conhecimento verdadeiro, o mais importante é a honestidade, a coragem para olhar para o que se apresenta no processo, admitir as suas falhas e a determinação de mudar os seus comportamentos em função
Do que se revela
  O contéudo e natureza das experiências que essa substância induz não são, portanto, produtos artificiais resultantes da sua interação farmacológica com o cérebro, mas expressões autênticas da psiquê que revela seu funcionamento e potenciais em níveis inacessíveis no estado ordinário de consciência.
  Para aquele cuja intenção real é instalar uma transformação psico-espiritual, a Ayahuasca pode funcionar como catalisador natural a revelar e liberar intuições e conhecimentos oriundos das facetas mais elevadas do ser, permitindo o acesso a uma sabedoria fundamental relativa ao universo e à nossa posição como indivíduo.
  O grande valor da Ayahuasca, trazido pelas sociedades indí-genas, é que ela dá acessos aos conteúdos reprimidos e esquecidos. Ela possibilita um leque mais abrangente de conhecimentos e até vivência dos diversos aspectos da união mística.
  Rituais inspiradores, universais e holísticos, ambientes naturais, atividades espontâneas e criativas, músicas e bailados permitem a focalização da atenção para o mundo sutil e interno.
  Somar a busca pessoal à busca mais sublime e espiritual do grupo cria uma atmosfera de influência crística.
Reconhecer e ter certeza de estar em sintonia e harmonia com esse “ser maior” gerado pelo evento é a chave de uma experiência de grupo bem sucedida.
REAÇÕES DO EGO.
  Como as defesas do ego são desafiadas, sentimentos reprimidos e recordações afloram na consciência, podendo criar ansiedade, medo, desconforto. Uma experiência desse tipo é geralmente muito proveitosa por ensinar mais. É como o remédio amargo, tomado sem açúcar, para curar.
  Reações adversas mais sérias ainda não foram descritas com o uso da Ayahuasca.
Procura-se saber se a pessoa está consciente do que vai fazer, se está equilibrada mentalmente e bem, fisicamente.
  Não é aconselhado para personalidades esquizóides e psicóticas, os neuróticos com instabilidade de identidade e níveis altos de ansiedades, os usuários de drogas e medicamentos psico-ativos.
  Uma psico-dinâmica curativa permite a resolução de conflitos. Reviver a experiência, ganhar compreensão, novas perspectivas, construir novos significados em busca de um fechamento ou resolução, com libertação de culpas,traumas, mágoas,medos, ou quaisquer sentimentos de angústia e infelicidade.
  A catarse pode se precipitar a nível físico para fim de limpeza e desintoxicação. A Catarse espiritual acontece em níveis mais profundos. A profundidade deste processo e o seu benefício dependem do individuo, da intensidade da busca.
  Problemas são vistos de forma ampliada, as inter-relações entre os diversos níveis e dimensões são melhores captadas; surge uma visão e compreensão mais profunda, abrangente e sábia.Isto é Luz.
  Um intenso sentimento harmonizador, curativo e balsâmico, se instala despertando amor pela terra, pela natureza em geral, pelos seres, pelas pessoas, o amor acontece.
  A pessoa se torna consciente da sua dimensão maior, se sente integrada à Criação e ao Criador.
  Passa a sentir o Universalismo, a sabedoria do Tao, o Nirvana, Buda, a Glória, os segredos da Trindade, Tupã, e tantas manifestações indígenas, ancestrais, na presença de seres sutis que podem ser captados pela visão da alma, no estado de consciência ampliada..
Corporeidade
  Por ser a experiência um fenômeno psicossomático, a ampliação da consciência aumenta igualmente a consciência do corpo e das suas funções. A consciência de que somos seres e organismos biológicos e que devemos zelar pelo bem estar dos nossos corpos parece se manifestar na experiência com Ayahuasca.
  Deixar de fumar, consumir bebidas alcoólicas e alimentos nocivos, uma preocupação com dieta mais integral, natural, práticas psicofísicas do tipo Yoga, Tai-Chi e outras; busca de um contato e relação maiores com o natural, com a natureza, são comuns na população dos usuários da Ayahuasca.

O XAMANISMO
Os Indígenas:
  Está claro que a absorção e integração das tecnologias esotéricas indígenas, das práticas e memes (ver nota em “estado ordinário de consciência”) dos xamãs, pela humanidade moderna, aponta na direção da re-sacra-lização da natureza - de uma aliança do homem à na-tureza (o sacramento é uma planta) - de uma reli-giosidade mais naturalista e muitas vezes humanista. Essa orientação peculiar se manteve contínua e sem intervalo ou rachadura nas culturas indígenas, e por isso, neste mistério em busca da reintegração, os indígenas são instrutores, representam o elo a transmitir a disciplina, os métodos e ensinos, necessários para curar a cultura geral.
  Portanto, Ayahuasca ou Daime é remédio é natural, uma medicina indígena - e a orientação básica é peculiar dos indígenas. Aos indígenas devemos muito e profundamente agradecemos em todos os nossos rituais.
  O Xamã trabalha com poderes sobrenaturais catalisados por estados de transes; invoca entidades espirituais para operar curas. Usa uma planta de poder, uma planta instrutora, que liberta o espírito do seu envoltório carnal, permitindo a entrada no mundo astral, onde tem visões, instruções e conhecimento para diagnosticar e neutralizar os espíritos malignos causadores de doenças.

CONFEN/CONAD
  O uso religioso do chá Ayahuasca está respaldado por duas resoluções do extinto Conselho Federal de Entorpecentes (Confen), cujas funções foram absorvidas desde 1998 pela Secretaria Nacional Antidrogas (Senad).
  Essas resoluções, aprovadas por unanimidade, datam de 1986 e 1992 e resultam de pesquisas de dois anos, feitas por comissões interdisciplinares instituídas pelo Ministério da Justiça, que atestaram o caráter benéfico dos trabalhos religiosos realizados em torno do uso da poção.
  Conforme relatório do Conselho Federal de Entorpecentes, assinado pelo Dr. Domingos Bernardo Gialluisi da Silva Sá, foi concluído que as plantas utilizadas na elaboração da Ayahuasca ficassem excluídas da lista de produtos proscritos pela Dimed (Divisão Médica do Confen).
  Essa conclusão foi aprovada pelo plenário do Confen, baseada em pesquisa feita por um Grupo de Trabalho nomeado pelo Ministério da Justiça e por iniciativa da União do Vegetal (UDV). O relatório atesta que não há qualquer fato comprovado de que a Ayahuasca provoque prejuízos sociais.
  Em conseqüência dessas investigações e pesquisas, no dia 02 de junho de 1992, o conselho decidiu liberar definitivamente e oficialmente a utilização da Aya-huasca para fins religiosos em todo o território nacional.
Não foram observadas atitudes anti-sociais dos participantes dos cultos, ao contrário, constataram efeitos construtivos em indivíduos que antes de participarem dos rituais apresentavam desajustes sociais ou psicológicos.
DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO
Edição Número 21 4 de 08/11/2004
RESOLUÇÃO Nº 4 - CONAD, DE 4 DE NOVEMBRO DE 2004
Dispõe sobre o uso religioso e sobre a pesquisa da ayahuasca.
  O PRESIDENTE DO CONSELHO NACIONAL ANTI-DROGAS - CONAD, no uso de suas atribuições legais, observando, especialmente, o que prevê o art. 6° do Regimento Interno do CONAD; e CONSIDERANDO que o plenário do CONAD aprovou, em reunião realizada no dia 17 de agosto de 2004, o parecer da Câmara de Assessoramento Técnico-Científico que, por seu turno, reconhece a legitimidade, juridicamente, do uso religioso da ayahuasca, e que o processo de legitimação iniciou-se, há mais de dezoito anos, com a suspensão provisória das espécies vegetais que a compõem, das listas da Divisão de Medicamentos - DIMED, por Resolução do Conselho Federal de Entorpecentes - CONFEN, n° 06, de 04 de fevereiro de 1986, suspensão essa que tornou-se definitiva, com base em pareceres de 1987 e 1992, indicados em ata do CONFEN, publicada no D.O. de 24 de agosto de 1992, sendo os subseqüentes considerandos baseados na já referida decisão do CONAD;
  CONSIDERANDO que a decisão adequada, da Administração Pública, sobre o uso religioso da ayahuasca, foi proferida com base em análise multidisciplinar;
  CONSIDERANDO a importância de garantir o direito constitucional ao exercício do culto e à decisão individual, no uso religioso da ayahuasca, mas que tal decisão deve ser devidamente alicerçada na mais ampla gama de informações, prestadas por profissionais das diversas áreas do conhecimento humano, pelos órgãos públicos e pela experiência comum, recolhida nos diversos segmentos da sociedade civil;
  CONSIDERANDO que a participação no uso religioso da ayahuasca, de crianças e mulheres grávidas, deve permanecer como objeto de recomendação aos pais, no adequado exercício do poder familiar (art. 1.634 do Código Civil), e às grávidas, de que serão sempre responsáveis pela medida de tal participação, atendendo, permanentemente, à preservação do desenvolvimento e da estruturação da personalidade do menor e do nascituro;
  CONSIDERANDO que qualquer prática religiosa adotada pela família abrange os deveres e direitos dos pais "de orientar a criança com relação ao exercício de seus direitos de maneira acorde com a evolução de sua capacidade", aí incluída a liberdade de professar a própria religião e as próprias crenças, observadas as limitações legais ditadas pelos interesses públicos gerais (cf. Convenção Sobre os Direitos da Criança, ratificada pelo Brasil, promulgada pelo Decreto nº 99.710, de 21/11/1990, art. 14);
  CONSIDERANDO a conveniência da implementação de estudo e pesquisa sobre o uso terapêutico da ayahuasca, em caráter experimental;
  CONSIDERANDO que o controle administrativo e social do uso religioso da ayahuasca somente poderá se estruturar, adequadamente, com o concurso do saber detido pelos grupos de usuários;
RESOLVE:
  Art. 1º Fica instituído GRUPO MULTIDISCIPLINAR DE TRABALHO para levantamento e acompanhamento do uso religioso da ayahuasca, bem como para a pesquisa de sua utilização terapêutica, em caráter experimental.
  Art. 2º O GRUPO MULTIDISCIPLINAR DE TRABALHO será composto por seis membros, indicados pelo CONAD, das áreas que atendam, entre outros, aos seguintes aspectos: antropológico, farmacológico/ bioquímico, social, psicológico, psiquiátrico e jurídico. Além disso, o grupo será integrado por mais seis membros, convidados pelo CONAD, representantes dos grupos religiosos, usuários da ayahuasca.
  Art. 3º O GRUPO MULTIDISCIPLINAR DE TRABALHO
escolherá seu presidente e vice-presidente e deverá, como primeira tarefa, promover o cadastro nacional de todas as instituições que, em suas práticas religiosas, adotam o uso da ayahuasca, devendo essas instituições manter registro permanente de menores integrantes da comunidade religiosa, com a indicação de seus respectivos responsáveis legais, entre outros dados indicados pelo GRUPO MULTI-DISCIPLINAR DE TRABALHO.
  Art. 4º O GRUPO MULTIDISCIPLINAR DE TRABALHO
estruturará seu plano de ação e o submeterá ao CONAD, em até 180 dias, com vistas à implementação das metas referidas na presente resolução, tendo como objetivo final, a elaboração de documento que traduza a deontologia do uso da ayahuasca, como forma de prevenir o seu uso inadequado.

  Art. 5º O CONAD, por seus serviços administrativos, deverá consolidar, em separata, todas as decisões do CONFEN e do CONAD
Carta de Princípios assinada pelas entidades participantes do I CONGRESSO INTERNACIONAL DA AYAHUASCA, ocorrido em novembro de 1992 em Rio Branco (Estado do Acre),
   1. Do preparo e do uso da Ayahuasca: A Ayahuasca é um produto da união do Banisteriopis Caapi (mariri ou jagube) e da Psychotria Viridis (chacrona ou rainha), fervidos em água. Seu uso, que é tradicional entre os povos da Amazônia, deve ser restrito nos centros urbanos aos rituais religiosos autorizados pelas direções das entidades usuárias, em locais apropriados sendo vedada a sua associação a substâncias proscritas.
  2. Dos rituais religiosos: Respeitada a liturgia de cada uma e tendo em vista as peculiaridades do uso da Ayahuasca, as entidades se comprometem a zelar pela permanência dos usuários nos locais dos templos enquanto estiverem sob o efeito do chá.

  3. Do plantio e cultivo: As entidades têm direito ao plantio e cultivo dos vegetais necessários à obtenção da bebida, em face à depredação do habitat natural onde eles se encontram mais acessíveis.
4. Dos cuidados e restrições:
  4.1. Comercialização: As entidades comprometem-se a não comercializar a Ayahuasca, mesmo a seus adeptos, sendo seus custos de produção, transporte, estocagem e distribuição às filiais de responsabilidade do Centro.
  4.2. Curandeirismo: A prática do curandeirismo, proibida pela legislação brasileira, deve ser evitada pelas entidades signatárias. As propriedades curativas e medicinais da Ayahuasca – que estas entidades conhecem e atestam – requerem uso adequado e devem ser compreendidas do ponto de vista espiritual, evitando-se todo e qualquer alarde publicitário que possa induzir a opinião pública e as autoridades a equívocos.
  4.3. Pessoas incapacitadas: Será vedado terminantemente a participação nos rituais religiosos bem como o uso da Ayahuasca, às pessoas em estado de embriaguez ou sob efeito de substâncias proscritas (alucinógenas). A participação de menor de idade só será permitida com a autorização dos pais ou responsáveis.

Inocuidade do Chá:
  Entre 1991 e 1993, a Universidade Federal de São Paulo (antiga Escola Paulista de Medicina), Universidade de Campinas, Universidade do Estado do Rio de Ja-neiro, Universidade do Amazonas, Instituto Nacional de Pesquisas Amazônicas (INPA), Universidade da Califórnia, Universidade de Miami, Universidade do No-vo México e Universidade de Kuopio (Finlândia), foram convidados por inciativa de uma das igrejas sincréticas Brasileiras, a UDV, para gerenciar uma pesquisa cientifica, intitulada "Farmacologia Humana da Hoasca, chá usado em contexto ritual no Brasil".
  A pesquisa foi articulada pela direção central do Centro de Estudos Médico-Cien-tífico da União do Vegetal, órgão interno da instituição, que reúne seus adeptos profissionais de áreas relevantes. Os resultados constatam que o chá Ayahuasca é inofensivo à saúde.
  A pesquisa está publicada em importantes revistas científicas como: Psycho-pharmacology, em texto assinado por J. C. Callaway (PhD), e The Journal of Nervous and Mental Disease", em texto de Charles S. Grobb (PhD).
  Este estudo se deu em Manaus e envolveu nove centros universitários e insti-tuições de pesquisa do Brasil, Estados Unidos e Finlândia, financiados pela fun-dação norte-americana Botanical Dimension. A pesquisa começou a ser plane-jada em 1991 e aconteceu em 1993. Consistiu em aplicar testes laboratoriais e questionários, dentro dos procedimentos científicos padrões, em usuários da Ayahuasca. Eram pessoas de faixas etárias variadas, dos meios urbano e rural, freqüentadores assíduos dos cultos. Os testes foram também executados em não usuários servindo de grupo de controle.
  A avaliação psiquiátrica conduzida pelo Departamento de Psiquiatria da Univer-sidade Federal de São Paulo, Centro de Referência da Organização Mundial da Saúde, não encontrou entre os usuários pesquisados nenhum caso de depen-dência, abuso ou perda social pelo uso da Ayahuasca, aspectos presentes em usuários de drogas proscritas pela legislação.
  As conclusões comparativas são surpreendentes. A primeira delas, confirmando a afirmação de que o chá é inócuo do ponto de vista toxicológico: não se constatou "nenhuma diferença significante no sistema neurosensorial, circulatório, renal, respiratório, digestivo, endócrino entre os grupos experimentadores e de controle".
  Nos testes psiquiátricos, foram aplicados os recomendados pela ortodoxia científica, o CIDI (Composite International Diagnostic Interview), com os critérios do CID 10 e DSM IIIR, e o TPQ (Tridimensional Personality Questionnaire). Constatou-se que os usuários da Ayahuasca, comparativamente aos não usuários (grupo de controle) mostraram-se mais "reflexivos, resistentes, leais, estóicos, calmos, frugais, ordeiros e persistentes". E ainda: mais "confiantes, otimistas, despreocupados, desinibidos, dispostos e enérgicos". Exibiram também "alegria, hipertimia, determinação e confiança elevada em si mesmo". Os examinandos apresentaram desempenho significativamente melhor que os do grupo de controle quanto à capacidade de lembrar as palavras na quinta tentativa. Foram melhores também em "número de palavras lembradas, recordação tardia e recordação de palavras após interferência".
  Embora o protocolo de estudo não permitia separar os benéficos atinentes ao contexto religioso dos efeitos do chá em si, esta pesquisa confirme a impressão geral – decorrente da sua utilização milenar – da inocuidade do chá. De fato não se conhece caso de lesões e doenças provocadas pelo seu uso "in natura", sem adulterações ou misturas.

A FARMACOLOGIA DA AYAHUASCA
Contra-indicação.
  ( DR. Régis Alain Barbier - Médico, ex-professor de Cinesiologia e Cinesioterapia do Departamento de Reabilitação da UFPE. É fundador e presidente da Sociedade Panteísta Aya-huasca.)

  ‘’Consideramos ser contra-indicado o uso da Ayahuasca para pessoas com personalidades esquizóides e prépsicóticas; neuróticos com instabilidade de identidade e níveis altos de ansiedade (síndrome do pânico).
  Desde da década de 1960, época da descobertas de alguns antidepressivos e dos agentes inibidores da monoamina oxidase sabe-se que a utilização concomitante dessas substâncias deve ser contra-indicada.
  Assim consideramos como contra-indicado o uso da Ayahuasca para os usuários de drogas e medicamentos psico-ativos listados a seguir - a não ser após três semanas de suspensão da medicação - como:
  Antidepressivos inibidores seletivos da recaptação da serotonina como: Fluoxetina (Prozac e outros); Citalopram (cipramil, Denyl); Paroxetina (Aropax, Ce-brilin, Pondera); Sertralina (Novativ, Sercerin);
  Antidepressivos tricíclicos como: Imipramina (Tofranil); Desipramina (Norpra-mina); Clomipramina (Anafranil);
  Antidepressivos de efeito dual ou complexo como: Venlafaxina (Efexor);
  Substancia de mecanismo de ação não muito bem estabelecido como: Lítio (Carboclim, litiocar, Neurolithium);
  Inibidores da Monamia Oxidade como: Tranilcipromina (Parnate, Stelapar); Fenelzina (Nardil).
Por conta dos seus efeitos hipertensivos, eliminamos também os candidatos em uso de psico-estimulantes como Ritalina.
  O bom senso indica que enquanto não se sabe ao certo os efeitos específicos de cada uma das substâncias citadas em relação às dosagens habituais de DMT e agentes inibidores da monoamina oxidase tipicamente contida no chá, não se deve incentivar o uso da Ayahuasca em pessoas usuárias dessas medicações(Apenas por questão de prudência não recomendamos o uso da Ayahuasca, a não ser em condições especiais, para mulheres grávidas’.( EXTRAÍDO DO SITE:  http://www.pantuasca.org.br/)

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Ritualística do trabalho de concentração
DO Santo Daime *** Sempre aos dias 15 e 30


Irmãos o texto abaixo foi extraido do site: Familia Juramidam.
Divulgado pelo irmão Luiz, do Centro Espiritual Daime Luz Sagrada


O Trabalho de Concentração

O primeiro trabalho realizado na doutrina de Raimundo Irineu Serra
Em seis de maio de 1930, começava a jornada que Irineu Serra percorreria na fundação da sua doutrina, quando essa data marca o primeiro trabalho oficial do Santo Daime, o de concentração, realizado em sua casa e contando com três pessoas: o Mestre, seu José das Neves - este sendo considerado o primeiro discípulo - e outro seguidor que nos é desconhecido. E tudo indica a pessoa de Germano Guilherme, que já tomava ayahuasca com o Mestre desde 1928.

Esse ritual deu-se em um sábado, dia que permaneceu sendo como o das concentrações, ao passo que nas quartas feiras eram realizadas as sessões de cura, de ritual semelhante, mas visando o reestabelecimento físico e espiritual dos necessitados. E foi só na década de 60, no ano de 1963, no período em que o Mestre se associa ao Círculo Esotérico da Comunhão do Pensamento que as sessões de Concentração passaram a ser realizadas nos dias 15 e 30 de cada mês, sendo que esse calendário permanece até hoje.

Segundo Jairo da Silva Carioca,
Sentados ao redor de uma mesa, em forma de quadrilátero, a Cruz de Caravaca - primeiro símbolo da doutrina que já fazia parte do ritual - era colocada ao centro da mesa presidida pelo líder Irineu Serra. Os primeiros trabalhos espirituais "eram realizados na casa do Mestre, aquele grupinho, então ele ficou dando assistência para a gente", volta a relembrar dona Percília Matos. (...) a palavra nesse princípio era, portanto, o grande instrumento educador. "Ele dava muitas palestras, conversava, aconselhava a gente e dizia como ele queria que fosse o trabalho que a Virgem ensinava para ele", comenta dona Maria Gomes. "O nosso trabalho começou como uma aula. Ajunta quatro, cinco meninos, faz uma sala de aula e vai ensinando e vai chegando mais crianças. Chegam os ensinos a cada dia que passa, o professor vai indicando como é e o aluno vai aprendendo a carta do abc", relatou o Sr. José das Neves.
Outro aspecto muito importante no trabalho de Irineu Serra foram as rezas, presentes no encerramento de cada trabalho e muitas vezes no início, como é o caso do terço rezado nos trabalhos de hinário. Nesses casos, também costumam serem rezadas as nove preces[1] seguidas de uma Salve Rainha.
Segundo dona Percília: "Ele cansou de nos dizer e ainda hoje nos diz espiritualmente, que devemos rezar para alcançarmos os nossos objetivos sem embaraços e nos livrarmos dos males que existem no mundo terra" (...) ele recomendava em suas palestras que nós rogássemos também pela humanidade, afastar esses terrores e rebeldias que estamos acostumados a ver." [3]

Em se tratando das concentrações, não há depoimentos que afirmem a reza antes da serventia de Daime. E isso será exemplificado mais à frente no depoimento de Daniel Serra, quando ele testemunha pela primeira vez um trabalho de concentração. Nesse caso, os participantes encaminham-se para tomar Daime sem abertura formal da sessão, e isso ainda acontece hoje na sede original da doutrina e que é comandada pela dona Peregrina Gomes Serra, viúva do Mestre. Entretanto, alguns centros usam por escolha própria as tradicionais nove preces e uma Salve Rainha para iniciarem os trabalhos.
É importante também notar que nem esses centros nem o Mestre nunca usaram "dizeres de abertura" para os trabalhos. Mas em todos os centros os trabalhos sempre foram fechados, e ainda o são, na sequencia tradicional das nove preces, uma Salve Rainha, os dizeres de encerramento e o Sinal da Cruz.
Quanto ao ritual em si, a concentração é um trabalho bastante simples, mas de grande importância dentro do contexto espiritual e permanecendo ainda hoje como a base da doutrina do Santo Daime. É nesse serviço que entramos em contato com o nosso interior e podemos trabalhar a fim de alcançarmos uma ascensão espiritual, dentro do merecimento de cada um, e, como dizem os mais antigos, é na concentração que recebemos as lições, tal qual como em uma escola, e é nos trabalhos festivos, de hinário, que colocamos em prática o que aprendemos na sala de aula.
Ainda sobre o ritual, é importante lembrar que "o Mestre Irineu nunca (...) autorizava ídolos, símbolos, retratos ou objetos na mesa ou no salão de serviço. O cruzeiro, a vela acesa (sempre sobre a mesa!) e o rosário bastam, se Deus está no coração e a vontade é firme (...) no mais, algumas flores, já que beleza é bom!" [Luiz Carlos Teixeira de Freitas].


Em entrevista com seu Daniel Serra, Luiz Carlos Teixeira de Freitas colhe mais detalhes sobre o que era uma concentração feita pelo Mestre Irineu, isso por volta de 1957, já em sua residência no Alto Santo, hoje o Memorial Irineu Serra. É bom lembrar que nessa época ainda não existiam os Hinos Novos e nem a farda azul, esta apenas introduzida na doutrina em 1972 e isso de acordo com as instruções deixadas pelo Mestre antes de fazer a passagem. As pessoas compareciam à sessão vestidas "à paisana", e o trabalho consistia apenas do período de concentração.
Conta Daniel Arcelino Serra, que nem sabia de daime e, dias depois de chegar a Rio Branco, recém-chegado do Maranhão, viu muita gente entrando em casa:
"Todos foram se sentando nos tocos e bancos. Daqui a pouco titio [Mestre Irineu] trouxe um garrafão e foi dando uma bebida para todo mundo. Eu fiquei só olhando… Doente de curiosidade… Até uma hora em que ele me fitou em silêncio por um tempo e, já que eu nada disse, voltou–se e continuou a dar do garrafão para as outras pessoas. Aí todo mundo foi se aquietando, eu fiquei no meu canto sem entender nada durante o silêncio compridíssimo que fizeram e no dia seguinte perguntei–lhe o que era aquilo."
– É daime.
Daime!? O que é isso??? E por que o senhor não me deu um pouco?
– Porque você não pediu. Viu–me ali dando para todo mundo, mas não pediu, e eu não devo oferecer…

Realizado desde o início na residência do Mestre e contando com um grupo fiel de seguidores, a sessão de Concentração permaneceu praticamente inalterada até o fim dos anos 60, quando, em 1968, pela primeira vez um hino passa a ser cantado regularmente nas sessões de concentração. Este hino foi o de número 117 de Irineu Serra – Dou Viva a Deus nas Alturas -, dando início ao recebimento de uma série que posteriormente seria chamada de Hinos Novos, que são os últimos hinos do fundador da doutrina do Santo Daime e cantados até hoje em todo o encerramento das sessões de concentração. Outra mudança no ritual, e que perdura até hoje, é a leitura do Decreto de Serviço, que foi redigido pelo Mestre e escrito pela dona Percília Matos, em 1970, sendo este considerado o único documento pessoal deixado em vida por Irineu Serra.

Ainda sobre os Hinos Novos, em correspondência com Paulo Moreira, pesquisador da doutrina, ele relata um fato do qual eu já tinha ouvido, mas que por ele foi detalhado: de que os Hinos Novos eram cantados com as mulheres em pé, sendo que uma delas puxando os hinos e os homens sentados. Estes só se levantavam, e aqui existe uma polêmica, no hino "Eu pedi" ou no hino "Cheguei Nesta Casa". Segundo ele, o Mestre queria que dez mulheres de boa voz ficassem destacadas em pé, mas, como todas quiseram desempenhar essa função, a norma aplicou-se a todo o batalhão feminino. Entretanto, hoje em dia os hinos novos são cantados em pé por todos.
Sobre os primeiros hinos a serem cantados na concentração, Luiz Carlos Teixeira de Freitas colheu depoimento de Daniel Arcelino Serra.
– Como teve início o hábito de cantar os Hinos Novos no fim da concentração?
– Foi ele quem determinou.
– Já a partir do 'Dou viva a Deus nas alturas'?
– É, já foi com este, pois na concentração era para ficar contrito, concentrado. Ele não gostava de muito papo, muita conversa, esse negócio de estar dando discurso no serviço, essas coisas… Às vezes, uma ou duas vezes por ano, ele falava alguma coisa, mas não era de estar falando, explicando muito, ele queria que a pessoa se aprofundasse. Ele dizia: 'se aprofunde, procure conhecer alguma coisa'. Agora, quando a pessoa queria saber uma resposta de alguma coisa, ia lá com ele e ele explicava.
***

Ritualística do trabalho de concentração
O Daime é servido sem prévia execução de preces e todos se acomodam em suas fileiras por ordem de tamanho. Crianças e jovens* sentam-se nos setores em frente às cabeceiras da mesa (rapazes à frente do comandante, e moças atrás), e os adultos nas laterais (homens à esquerda do comandante, e mulheres à direita). Sobre a disposição masculina no salão, Luzmarina Prado nos lembra de um hino do João Pereira, que fala: "O Mestre manda que eu forme, na esquerda do General". E o mesmo se aplica às mulheres, à direita.

*É interessante notar que muitos centros hoje adotam a disposição casados e solteiros, o que não acontecia na época do Mestre e ainda assim não acontece em vários dos centros que seguem os trabalhos originais. A falecida dona Percília Matos, na época Gerente Geral dos Trabalhos, dizia que o Mestre dividia o salão entre jovens e adultos porque "no tempo do Mestre, era para arrumar o salão, não sabe? Homens e rapazes, assim como mulheres e moças, têm mentalidade diferente, não é?", comenta dona Percília Matos da Silva.
O Comando da sessão constitui a mesa, sempre com um número ímpar de participantes, e então se lê o Decreto de Serviço. Nos centros do Alto Santo criou-se a tradição de deixar uma cadeira vaga para o Mestre após sua passagem, na cabeceira e a direita do dirigente de serviço. Assim, geralmente temos sete cadeiras, sendo que seis ocupadas: duas em cada lateral e duas à cabeceira, sendo que uma vaga à direita do comandante. Todavia, segundo depoimento colhido por Luiz Carlos Teixeira de Freitas, João Nunes conta:

"Há quem narre ter argüido o Mestre: "O Senhor vai me desculpar, mas eu vou lhe perguntar uma coisa. Ele me disse: 'pergunte, meu filho, estou aqui para lhe escutar'. 'Quando o Senhor morrer, quem vai ficar no seu lugar?' Aí ele disse assim: 'meu filho, no meu lugar não vou deixar ninguém, eu vou deixar um dirigente dirigindo vocês e todos vocês, os que merecer, vão me ver sentado na minha cadeira'. Mas ele não disse que a cadeira dele era na mesa. Para nós, que ficamos, nós sabemos onde é a cadeira dele: é lá no canto, onde hoje senta o Luiz Mendes e se sentam os outros, sabe?, a cadeira dele é lá!"

Após a leitura do Decreto de Serviço é dada a ordem de concentração para todos, com duração de do mínimo uma hora e até duas horas de concentração, a critério do comandante, em silêncio. Decorrido esse tempo, lê-se novamente o Decreto de Serviço.
Após a releitura do Decreto, são cantados os Hinos Novos, sem instrumentos (à capela). Nesse caso não se canta o "Pisei na Terra Fria" e o hino sem letra, este pela ausência de instrumentos. Os Hinos Novos podem ser cantados em pé ou sentados, mediante decisão do comando. Apesar de não ser frequente a execução sentada, nesse caso o primeiro e último hinos são cantados em pé, segundo a tradição para qualquer hinário.

Havendo a execução de um hinário comemorativo na data de Concentração (de aniversário, por exemplo), o hinário bailado é realizado antes dos Hinos Novos e do encerramento, com instrumentos. Dessa maneira, bailam-se também os Hinos Novos. [Juarez Duarte Bomfim]

Terminados os 12 hinos, são rezadas as Nove Preces, uma Salve Rainha e o Presidente encerra a sessão. (Obs.: Não é só o presidente que pode encerrar o trabalho, ele pode indicar outra pessoa da irmandade para fazer esse serviço).

Segundo Silmara Camargo, comandante feminina do CRF de São Paulo, "os Hinos Novos são os catorze últimos hinos recebidos pelo Mestre Irineu, de dois a três anos antes de ele fazer sua passagem. Eles são cantados em todos os finais de trabalhos, exceto o último, "Pisei na Terra fria", a pedido do próprio Mestre. Os Hinos novos foram recebidos no período de 1968 a 1970. O próprio Mestre deu esse nome ao conjunto de hinos. Segundo Dona Percília, ele dizia: 'Vamos cantar o hino novo, gente!' Quando ele recebeu o Segundo hino, ele continuou dizendo: 'Vamos cantar os hinos novos, gente!' E assim por diante.

Os Hinos Novos são:

1 - Dou viva a Deus nas alturas

2 - Todos querem ser irmão

3 - Confia

4 - Eu peço

5 - Esta força

6 - Quem procurar esta casa

7 - Eu andei na Casa Santa

8 - Eu tomo esta Bebida

9 - Aqui estou dizendo

10 - Flor das Águas

11 - Hino sem letra

12 - Eu pedi

13 - Eu cheguei nesta Casa

14 - Pisei na terra fria

Dizeres de Encerramento

Em nome de Deus Pai todo Poderoso, da Virgem Soberana Mãe,

do nosso Senhor Jesus Cristo, do Patriarca São José

e de todos os Seres Divinos da Corte Celestial,

com a ordem do nosso Chefe-Império Juramidam,

está encerrado o trabalho da noite de hoje, meus irmãos e minhas irmãs.

Louvado seja Deus nas Alturas

para que sempre seja louvada a nossa Mãe, Maria Santíssima.
***
Sinal da Cruz
Pelo sinal da Santa Cruz, livrai-nos Deus, nosso Senhor,
dos nossos inimigos, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.
***
[1] Este aspecto das chamadas "Nove Preces" é um dos mais saborosos no conjunto de ensinos finos que Mestre Irineu vivia oferecendo. Quando ele se referia às "Nove Preces", estava se referindo ao "Pai Nosso"; à "Ave-Maria" e à "Santa Maria", orados três vezes juntos. e o que isso quer dizer? A prece que conhecemos como "ave-maria" tem uma nítida divisão de origem de conteúdo: ao passo que a primeira parte ("Ave Maria, cheia de graça, bendita sois Vós entre as mulheres, bendito é o fruto do Vosso ventre") se baseia integralmente no texto bíblico, quando o anjo saúda Maria e anuncia o Redentor, a segunda parte ("Santa Maria, mãe de Deus, rogai por nós pecadores, agora e na hora de nossa morte, amém") é o resultado de elocuções que a igreja católica apôs no decorrer de um milênio. "Jesus" foi posto ao meio das duas partes por volta de 1300 D.C. Daí que Mestre Irineu lidava com a "Ave-Maria" como se fossem duas orações: a primeira reproduz a saudação do anjo a Maria, a segunda eleva nossos rogos a Ela. Portanto, Um Pai-Nosso, uma Ave-Maria e uma Santa Maria compunham três preces, vezes três, e temos as "nove preces". [Luiz Carlos Teixeira de Freitas]

[2] Como nota de curiosidade, as palavras "sobre toda a humanidade", utilizadas hoje em muitas igrejas, foram posteriormente adicionadas pelo Cefluris.

O Feitio e o Daime -

Esta seção é dedicada ao processo de se fazer o Daime, chamado de Feitio, junto com vários depoimentos referentes ao sacramento. Desta forma estes ensinos têm sido transmitidos através de gerações de feitores e suas respectivas comunidades. O Feitio é por muitos considerado um rito de passagem, uma profunda graduação onde podemos finalmente ser testemunhas do milagre presente nos vários estágios de sua produção, em seu ambiente natural - a floresta - até se transformar no Daime, que a nós foi apresentado primeiramente por Raimundo Irineu Serra.
Eu conheci o Daime pelas mãos do próprio Mestre Irineu. Era ainda na Custódio Freire. Foi lá que eu tomei pela primeira vez o Daime. Só que eu já tomava essa bebida. Só que não era Daime, era cipó. Eu conheci com os caboclos, foi com eles que eu aprendi a fazer. A gente chegava da estrada de seringa e fazia, à noite (...) Era mais de dia de sábado, tocava violão, cantava as chamadas dos "caboclo"..., era bom, era a nossa diversão. Tinha cara que sofria, alarmava, do mesmo jeito que aqui (...) Mas era diferente. Era mais uma brincadeira. O chá era o mesmo, já era coisa séria. Nós é que não via, porque a gente não entendia. Foi o Mestre que mostrou para nós. Foi ele que ensinou para gente, que mostrou a luz da bebida. Lá em Feijó a gente fazia a coisa, mas não tinha uma finalidade (...) Quando eu cheguei na Custódio e vi todo aquele povo bailando, tudo branquinho, naquela beleza, tudo ordenado, fardado... Era um brilho só, uma boniteza! Aí, eu entendi, eu quis ficar. Porque era tudo doutrinado (...) E foi o Mestre que doutrinou para nós, que mostrou o caminho para gente, o caminho verdadeiro mesmo.

Senhor Eduardo ( um dos responsáveis pela organização do feitio do Santo Daime na comunidade Céu do Mapiá) - A História do Encontro do Mestre Irineu com a Ayahuasca: Mitos Fundadores da Religião do Santo Daime - Sandra Lucia Goulart.

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A doutrina do Mestre não tem igual. É uma doutrina verdadeira, a doutrina da Virgem Maria. Foi ela, a Rainha, que deu a doutrina para ele (...) Assim, foi também o nome Daime. Ela disse para ele que o nome da bebida tinha que mudar. Uasca era o nome

que os caboclos davam para o chá. Mas, aquele nome não era o nome certo. O nome verdadeiro era Dai-me, que vem do pedido, de rogar a Deus. Como se fala: "Dai-me Força", "Dai-me Luz".

Dona Cecília (tia materna de Peregrina Gomes, viúva do Mestre, e faz parte do centro dirigido por esta última) - A História do Encontro do Mestre Irineu com a Ayahuasca: Mitos Fundadores da Religião do Santo Daime - Sandra Lucia Goulart.
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Da mesma maneira, o senhor Bernaldo, ao falar a respeito do feitio do Santo Daime, manifesta essa atitude de reatualização e revivência dos acontecimentos ocorridos com Irineu Serra na ocasião de seu encontro com a ayahuasca. Bernaldo, também morador do Céu do Mapiá, natural do Estado do Acre, é outro exseringueiro, estando na doutrina desde 1970.

"O feitio é coisa séria, não é para qualquer um não. Tem que ter firmeza. Firmeza para entrar na mata, para pegar o jagube (...) Depois, tem a raspagem, a bateção, o cozimento. É tudo uma disciplina só. Quando o cara tá ali, batendo o jagube, ele tá se

disciplinando, tirando as suas impurezas, como ele tá fazendo com o jagube. É muita provação! No feitio, no trabalho, a gente tá sendo provado. Até a gente ficar no ponto. No ponto para receber aquela luz, aquela força. Como se diz, para gente se transformar no próprio Daime.


No próprio Daime! Como o Mestre se transformou. Mas, antes, tem as provações (...) Que nem o Mestre passou. O Mestre também teve muita provação. Quando ele fez a dieta e ficou na mata sozinho, ele viu muita coisa. Muita coisa boa, os seres da floresta, os seres divinos, ele conheceu tudo. Mas ele também viu muita coisa ruim. Os perigos da mata eram aquelas visagens todas...tudo querendo provar ele. E ele lá, agüentando firme. Até que ele nem precisava tomar mais Daime. Ele já estava conhecendo todos os mistérios da mata, estava vendo tudo, adivinhando as coisas (...) Porque a força do Daime já tinha passado toda para ele, já estava toda nele. Foi assim que ele conheceu os segredos dessa bebida. O próprio Daime ensinou para ele. O mesmo Daime! Porque o Mestre é o mesmo Daime! (...) Pois é, nós aqui estamos repetindo a história. Estamos passando as nossas provações (...) porque tem que passar mesmo, para poder conhecer os mistérios dessa bebida, poder receber, alcançar a força do Daime, afirma a história (...)"

A História do Encontro do Mestre Irineu com a Ayahuasca: Mitos Fundadores da Religião do Santo Daime - Sandra Lucia Goulart.

***
"Isso ele foi buscar longe, veio do Peru. Na história esta bebida derivou do Rei Uascar,

passou para o Rei Inca, deste para um caboclo peruano chamado Pizango, do caboclo para Antonio Costa, de Antonio Costa para ele. Porém até aí era uma bebida totalmente bruta. Só homens tinham o direito de tomar. Ele procurou especializá-la, e se dedicou realmente. Ele sujeitou-se a um regime...lá então, ele firmou, falando com a própria bebida: "Se tú fores uma bebida que venha a dar nome ao meu Brasil eu te levo pro meu Brasil, mas se for desmoralizar o meu Brasil eu a deixo. Ele não cansava de relatar isso a gente"

(desconhecido) O Palácio de Juramidam - Clodomir Monteiro da Silva.
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"...os elementos que estão designados para tirar o cipó, por direito, passam três dias

sem ter relações com a esposa...inclusive para determinar a perfeição mesmo, o sujeito dormirá fora do quarto...e não come comida gordurosa, come pouco. No dia de sair toma de madrugada o Daime. Coloca um pedacinho de macaxeira na sacola, cozida sem sal, e leva prá mata, toma mais uma dose de Daime se for preciso e vão em três ou cinco. Lá eles se dividem, tantos vão tirar o jagube e tantos vão tirar a folha...lá eles cortam o jagube, já tem marcado, sabem como e onde é. Deixam mais ou menos um palmo e meio de tronco. Cortam dali para cima, vão cortando, pedacinho de vinte centímetros, que é para raspar e triturar. Aquele pedacinho de gomo que fica terá condições de brolhar. Quando é enganchado nos outros paus, do tipo parasita, tem que derrubar as outras árvores. Cortar, prá ela cair, para aproveitarem todo o cipó. Eles cortam lá, põe no saco, aí, depois de tudo pronto põe nas costas, trazem até a estrada onde está o carro...de tarde eles trazem o cipó e as folhas.
Limpam direitinho, raspam todos os cipós tomando Daime, cantando. A gente vem prepare o Daime, a mesma turma. Não é todo mundo. É a turma selecionada. No outro feitio será outra turma. As mulheres só podem participar da limpeza das folhas. Não vão buscar na mata, na colheita das folhas, mas na catação das folhas as mulheres podem fazer parte. 2 – Elas não podem ver fazer o Daime? 1 – Eu nunca ouvi dizer que pudesse ver, eu acho que é por causa da regra, se o velho Irineu não concordou, que era o mais antigo na coisa... 2 – Quer dizer que a menstruação pode tirar a pureza da coisa? 1 – Ele não ia dizer não é...a turma deve ter noção
... Depois delas limpinhas, também o cipó, vão se preparar. No outro dia de madrugada começam a triturar, com marretas, triturando direitinho. As folhas já catadas, aí põe a ferver a água, uma camada de folha, uma de cipó, outra de folha, mais outra de cipó...três camadas, põe lá no fogo com a lenha, de tal maneira que a densidade de fritura não decaia, isso tem uma grande influência. É preciso manter o grau exato de quentura...assim ficam cantando hinos, ambiente sadio, louvando a Deus de qualquer maneira, só coisas boas, mirando...todos ali... Há os que estão fora, que não estão fazendo o Daime, ficam trabalhando, tomando o Daime, ajudando a cantar prá fazer o ponto. Eu sempre participava. Aí quando dá ponto direitinho eles tiram e botam prá esfriar numas frasqueirinhas..."

(desconhecido) O Palácio de Juramidam - Clodomir Monteiro da Silva.
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"porque quem manda na pessoa é a mente, sujeito tem a mente limpa, o Daime quer é isso, aí aceita. Se ele é um sujeito embaraçado de tudo, quando o Daime chega nele, que é uma pureza, encontra aquela casa cheia...primeiramente ele vai sofrer, vai apanhar, prá poder chegar a um ponto..."

(desconhecido) O Palácio de Juramidam - Clodomir Monteiro da Silva.
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"...o Jagube é o elemento para dar a força do corpo balançar o que for necessário para

acordar dentro do organismo, ele é quem traz a missão de ir lá através do sangue de qualquer coisa e balançar os sistemas adormecidos e a folha é quem aproveita a oportunidade da vibração do sistema adormecido e faz dar a visão...daí eu digo que não tem esse negócio de macho e fêmea..."

(desconhecido) O Palácio de Juramidam - Clodomir Monteiro da Silva.
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"...Quanto mais o batedor macerar o cipó, maior benefício ele terá, pois está se limpando. Do contrário, o jagube dá pouco suco e são tropeços que o camarada vai dar. A bateção significa purificação em si. Quanto mais batido, mais o jagube gosta do batedor. A bateção serve para o sujeito se disciplinar..."
Sr. Mário Rogério da Rocha - "Santo Daime, Cultura Amazônica – História do Povo Juramidam" Manaus, Suframa, 1986. - Vera Fróes
***"...é o mestre Irineu, mas o pensamento nele, sem sair fora, é nele...mas ficar falando

no mestre Irineu e ficar fazendo mal a outro prá acolá, é um tempo perdido (...) a falsidade é o dragão maior, que existe, é uma fera devoradora...quem está por dentro da conversa preste atenção (...) ele me colocou ali dentro onde estou...é porque ele sabe, me conhece por dentro e por fora. Porque eu digo prá vocês: aqui por fora eu não sou homem (...) aqui dentro nós temos tudo o que nós quisermos, mas é preciso ser leal e compreender que é uma coisa divina e não pode falhar, com mentira ninguém se apruma (risos)..."
(desconhecido) O Palácio de Juramidam - Clodomir Monteiro da Silva.
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O cipó jagube (Banisteriopsis caapi) cresce enroscado nas árvores, chegando a atingir até 40 metros de comprimento e uma espessura de 70 centímetros na sua base. A folha rainha (Psychotria viridis) é encontrada em um arbusto de coloração verde brilhante que, nativo na floresta, chega a atingir três metros de altura. (...) Os locais da floresta que apresentam maior concentração do cipó são chamados de reinados, e os feitores mais experientes conseguem localizá-los através de um som característico (semelhante a uma batida de tambor) emitido pelo reinado. Posteriormente o cipó é cortado em pedaços de 20 cm de comprimento, acondicionados em sacos que chegam a pesar 50 kg.

Vera Fróes - "Santo Daime, Cultura Amazônica – História do Povo Juramidam" Manaus, Suframa, 1986.
***
Apenas gosto de clamar para que fiquem sempre bem vinculados os elos dessa corrente produtiva: EXTRAÇÃO DO MATERIAL FLORESTAL (jagube, folha, lenha) / TRANSPORTE / PREPARO DA BEBIDA / TRANSPORTE / ARMAZENAMENTO DA BEBIDA / TRANSPORTE / DISTRIBUIÇÃO DA BEBIDA porque havendo transparência nisso estaremos dando demonstração de eficácia e esmero conosco mesmos.
Um centro que funcione bem para mim deve estar cem por cento a par de como chega às suas mãos a bebida que irá distribuir assim como garante haver sintonia entre as vibrações colocadas na bebida durante seu preparo e as vibrações ritualizadas para sua distribuição assim como viabilidade de acompanhamento individual a cada um semelhante nosso que queira abrir seu coração para o mistério do Santo Daime (ou como queira que por afinidade o Centro distribuidor afine sua busca espiritual).
Eduardo Bayer
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               UMBANDA
CARIDADE - SERVIÇO A JESUS

Muitos irmãos descobrem o contato com Mentores  e os Orixás, através do Santo Daime. Amamos e reverenciamos a UMBANDA DE LUZ. E, em decorrência das maravilhosas manifestações permitidas pela Sagrada Bebida, abrimos o coração para este ensinamento.
Hino da Umbanda


“Hino da Umbanda

Autor: José Manoel Alves

Refletiu a luz divina

Com todo seu esplendor

Vem do reino de Oxalá

Onde há paz e amor

Luz que refletiu na Terra

Luz que refletiu no mar

Luz que veio de Aruanda

Para tudo iluminar

Umbanda é paz e amor

Um mundo cheio de luz

É força que nos dá vida

E a grandeza nos conduz

Avante filhos de fé

Com a nossa lei não há

Levando ao mundo inteiro

A bandeira de Oxalá”

Essa música, cantada em por milhares de pessoas nos locais de culto da Umbanda, sejam eles terreiros, centros ou casas de caridades em todo o Brasil, tem uma história tão bela quanto sua letra. Para entendermos a Música, devemos saber que a mesma está ligada à história de seu autor: José Manuel Alves

Nascido em 05 de Agosto de 1907 em Monção, Portugal, este Leonino, já em sua terra natal era ligado a Música, tendo dos 12 aos 22 anos tocado clarineta na Banda Tangilense, em sua cidade natal.

Com pouco mais de 20 anos, em 1929, vem para o Brasil, indo residir no interior do estado de São Paulo. No mesmo ano, mudou-se para a capital paulista, ingressando na Banda da Força Pública, onde ocupou vários postos, aposentando-se como capitão.

Em paralelo a esta função exerceu a carreira de compositor de Músicas Populares e, ao longo da mesma compôs dezenas de músicas as quais foram gravadas por famosos intérpretes da época: Irmãs Galvão, Osni Silva, Ênio Santos, Grupo Piratininga, Carlos Antunes e Carlos Gonzaga entre outros.

Suas composições mais famosas foram: Em 1955, Juanita Cavalcanti gravou a marcha “Pombinha Branca” de sua autoria em parceria Reinaldo Santos; em 1956, Zaccarias e sua Orquestra gravaram o dobrado “Quarto Centenário”, de sua parceria com Mário Zan.

Compôs ainda valsas, xotes, dobrados, baiões, maxixes e outros gêneros musicais. Em 1957, realizou sua única gravação no antigo disco de vinil, o “LP”, acompanhado de sua banda, sendo a gravadora a RCA Victor.
Mas … e a Umbanda? Aonde entra? Para a Umbanda, e para vários Terreiros compôs diversos pontos gravados por diversos intérpretes, como por exemplo, “Saravá Banda” gravado em 1961 por Otávio de Barros, “Prece a Mamãe Oxum” gravado em 1962 pela cantora Maria do Carmo. Além destes temos: “Pombinha branca” (com Reinaldo Santos), “Ponto de Abertura” (com Terezinha de Souza e Vera Dias), “Ponto dos Caboclos”, “Prata da Casa”, “Prece a Mamãe Oxum”, “Xangô Rolou a Pedra”, “Xangô, Rei da Pedreira”, “São Jorge Guerreiro”, “Saravá Oxóssi”, “Homenagem à Mãe Menininha” (c/ Ariovaldo Pires), Saudação aos Orixás, além do Hino da Umbanda.
Mas como foi estabelecida a sua ligação com a Umbanda? Cego de nascença, José Manuel Alves foi, no início da década de 60, em busca de sua cura. Foi procurar a ajuda do Caboclo das Sete Encruzilhadas, entidade do médium Zélio de Morais, fundadores da Umbanda.

Embora não tenha conseguido sua cura porque, segundo consta, sua cegueira era de origem cármica, José Manuel Alves ficou apaixonado pela religião e, ainda em 1960, fez o Hino da Umbanda para mostrar que esta Luz Divina, que vem do Reino de Oxalá, não é para ser vista com os olhos físicos, que voltarão ao pó, mas sim com olhos do espírito, no encontro da mente com o coração …
O Hino foi apresentado ao Caboclo das Sete Encruzilhadas que gostou tanto do mesmo que resolveu apresentá-lo como Hino da Umbanda no 2º Congresso de Umbanda em 1961, sendo oficializado na 1ª Convenção do CONDU-Conselho Nacional Deliberativo de Umbanda em março de 1976.

Podemos nesta pequena história ver que este hino é fruto de um Amor muito grande pela Umbanda, Amor este oriundo de uma Fé profunda, daquelas obtidas com a Humildade e a Resignação ante ao Conjunto de Leis do Pai Maior.
Vamos prestar então nossa Homenagem, agradecendo a Deus e ao Mestre Oxalá, a oportunidade de poder cantar este Hino e ao seu autor, José Manuel Alves, que mostrou com este Hino que a Luz da Umbanda, esta Luz Divina, atravessa todos os obstáculos e é capaz de iluminar a existência de cada um de nós! Sarava Umbanda!
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Como é o desenvolvimento do médium umbandista? 


LIVRO: Umbanda: Mitos e Realidades – Mãe Iassan Ayporê Pery

Embora essa questão seja bastante específica e a resposta varie de terreiro para terreiro, aliás como a maioria das questões, explanarei algum pontos que julgo importantes.

Em primeiro lugar é fundamental uma avaliação do médium com relação a Umbanda e suas próprias aspirações. É fundamental que o médium esteja absolutamente certo de que é isso que deseja para si, para sua vida. Que entende a Umbanda como uma forma de evoluir e não de resolver seus problemas.

Em segundo lugar vem a Casa que ele escolhe para realizar esse empreendimento. A Casa deve estar o mais próximo possível do que o médium entende, acredita e deseja para si. É fundamental que seja uma Casa séria e comprometida com a Caridade, ou seja, que seja realmente de Umbanda.

As diferentes ritualísticas da Umbanda servem exatamente para atingir as diversas aspirações.
O médium deve, portanto, escolher com muito cuidado a Casa que irá tornar sua, pois ela deverá ser o sustentáculo físico, a provedora de oportunidades para a consecução dos objetivos de caridade, fraternidade e evolução, pois o sustentáculo espiritual é a própria Umbanda.
Freqüentar a assistência assiduamente, observar, envolver-se, estudar… até ter certeza de que ali é o seu lugar.
Cada Casa tem um critério para ingresso na corrente mediúnica, procure saber qual é.
Ao ingressar para corrente, deverá seguir as orientações recebidas pelo dirigente ou pessoas a sua ordem.
Entender que não será apenas umbandista dos portões para dentro do terreiro, mas sim de coração, corpo e alma. Deverá dedicar-se, educar-se, doutrinar-se sempre segundo as orientações recebidas pelo dirigente. A sua conduta moral deverá ser constantemente vigiada, deverá lembrar-se que ao apresentar-se como umbandista fora do terreiro, terá a obrigação de honrar esse nome.
Participar de todas a sessões abertas aos médiuns novos, estudar com afinco e buscar sempre melhorar seus pensamentos, desejos e vontades. Buscar constantemente evoluir, para assim poder preparar o seu corpo e mente para ser um bom instrumento de entidades e guias que estão num patamar evolutivo muito superior ao nosso.
Buscar tudo isso irá facilitar a incorporação das entidades. Entregar-se de corpo e alma verdadeiramente. Não sentir medo, não querer correr.
É fundamental lembrar que é um momento de adaptação, onde tanto médium quanto entidade estarão se adaptando. Não pode haver pressa, pois “A pressa é inimiga da compreensão“.
Agora, se você deseja saber em quanto tempo você estará incorporando, dando passes e consultas, eu respondo que só dependerá de você, da sua dedicação, empenho e preparo, seguindo sempre as orientações do dirigente da sua Casa, ou seja, da Casa que você escolheu.
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DEZ  DOENÇAS ESPIRITUALMENTE TRANSMISSÍVEIS

Kuthumi nos diz que a Espiritualidade é uma armadilha!

Algumas delas abaixo....

É uma selva lá fora, e não deixa de ser uma verdade a respeito da vida espiritual como qualquer outro aspecto da vida. Será que realmente pensamos que só porque alguém tem meditado por cinco anos, ou feito 10 anos de prática de ioga, que será menos neurótico que outra pessoa? Na melhor das hipóteses, talvez eles serão um pouco mais conscientes disso. Um pouco.
É por esta razão que eu passei os últimos 15 anos de minha vida pesquisando e escrevendo livros sobre cultivo de discernimento sobre o caminho espiritual em todas as áreas pedregosas - poder, sexo, iluminação, gurus, os escândalos, a psicologia, a neurose - mesmo que a sério, mas simplesmente confusas e inconscientes, as motivações no caminho.
Meu sócio (autor e professor Marc Gafni) e eu estamos desenvolvendo uma nova série de livros, cursos e práticas para trazer mais esclarecimentos para essas questões.

Vários anos atrás eu passei um verão vivendo e trabalhando na África do Sul. Após a minha chegada, fui imediatamente confrontada com a realidade visceral que eu estava no país com a maior taxa de homicídios do mundo, onde o estupro é comum e mais de metade da população era HIV-positivo - homens e mulheres, gays e heteros iguais .
Como eu vim a conhecer centenas de mestres espirituais e milhares de praticantes espirituais através do meu trabalho e viagens, fiquei impressionada pela maneira em que as visões espirituais, perspectivas e experiências tornam-se da mesma forma "infectadas" por "conceitos contaminantes" - compondo um relacionamento confuso e imaturo para princípios espirituais complexos que podem parecer bem invisíveis e insidiosos como uma doença sexualmente transmissível.
As seguintes 10 categorizações não se destinam a ser definitivas, mas são oferecidos como uma ferramenta para se tornar consciente de algumas das doenças mais comuns transmitidas espiritualmente.

1. A Espiritualidade Fast-Food: Misture a espiritualidade com uma cultura que celebra a velocidade, a multitarefa e gratificação instantânea e o resultado é provável que seja a espiritualidade fast-food. A espiritualidade fast-food é um produto da fantasia comum e compreensível que o alívio do sofrimento da nossa condição humana pode ser rápida e fácil. Uma coisa é certa, porém: a transformação espiritual não pode ser obtida em uma solução rápida.

2. Falsa Espiritualidade: a espiritualidade do falso é a tendência de falar, vestir e agir como se imagina que uma pessoa espiritual seja. É uma espécie de imitação da espiritualidade que imita a realização espiritual da maneira que o tecido estampado de pele de onça imita a pele genuína de uma onça.

3. Motivações Confusas: Embora o nosso desejo de crescer seja genuíno e puro, muitas vezes ele se confunde com motivações menores, incluindo o desejo de ser amado, o desejo de pertencer, a necessidade de preencher nosso vazio interno, a crença de que o caminho espiritual removerá o nosso sofrimento e ambição espiritual, o desejo de ser especial, de ser melhor do que, para ser "o único".

4. Identificando-se com Experiências Espirituais: Nesta doença, o ego se identifica com a nossa experiência espiritual e a toma como sua própria, e nós começamos a acreditar que estamos incorporando insights e idéias que surgiram dentro de nós em determinados momentos. Na maioria dos casos, isso não dura indefinidamente, embora tenda a perdurar por longos períodos de tempo para aqueles que se julgam iluminados e / ou que trabalham como professores espirituais.

5. O Ego Espiritualizado: Essa doença ocorre quando a própria estrutura da personalidade egóica se torna profundamente integrada com conceitos espirituais e idéias. O resultado é uma estrutura egóica, que é "à prova de bala." Quando o ego se torna espiritualizado, somos invulneráveis a ajudar, uma nova entrada, ou comentários construtivos. Nos tornamos seres humanos e impenetráveis e estamos tolhidos em nosso crescimento espiritual, tudo em nome da espiritualidade.

6. Produção em Massa de Professores Espirituais: Há uma série de atuais tradições espirituais da moda , que produzem pessoas que acreditam estar em um nível de iluminação espiritual, ou mestria, que está muito além de seu nível real. Esta doença funciona como uma correia transportadora espiritual: coloca este brilho, leva àquele insight, e - bam! - Você está iluminado e pronto para iluminar os outros de maneira similar. O problema não é aquilo que tais professores ensinam, mas que representam a si próprios como tendo realizado a mestria espiritual .

7. Orgulho Espiritual: O orgulho espiritual surge quando o profissional, através de anos de esforço trabalhado efetivamente alcançou um certo nível de sabedoria e que usa esse conhecimento para se desligar a novas experiências. Um sentimento de "superioridade espiritual" é outro sintoma desta doença transmitida espiritualmente. Ela se manifesta como uma sensação sutil de que "Eu sou melhor, mais sábio e acima dos outros porque sou espiritual".

8. Mente de Grupo: Também conhecido como o pensamento grupal, mentalidade de culto ou doença ashram. A mente de grupo é um vírus insidioso que contém muitos elementos tradicionais da co-dependência. Um grupo espiritual faz acordos sutis e inconscientes sobre as formas corretas de pensar, falar, vestir e agir. Indivíduos e grupos infectados com o "espírito de grupo" rejeitam indivíduos, atitudes e circunstâncias que não estão em conformidade com as regras, muitas vezes não escritas do grupo.

9. O Complexo de Povo Escolhido: O complexo de pessoas escolhidas não se limita aos judeus. É a crença de que "O nosso grupo é mais poderoso, iluminado e evoluído espiritualmente, e simplesmente colocado, melhor do que qualquer outro grupo." Há uma distinção importante entre o reconhecimento de que alguém encontrou o caminho certo, o professor, ou comunidade para si, e tendo encontrado aquele, O Único.

10. O Vírus Mortal: "Eu Cheguei": Esta doença é tão potente que tem a capacidade de ser terminal e mortal para a nossa evolução espiritual. Esta é a crença de que "Eu cheguei" na meta final do caminho espiritual. Nosso progresso espiritual termina no ponto em que essa crença se cristalizou em nossa psique, no momento em que começamos a acreditar que chegamos ao fim do caminho, um maior crescimento cessa.

"A essência do amor é a percepção", de acordo com os ensinamentos de Marc Gafni, "Portanto, a essência do amor próprio é a auto percepção. Você só pode se apaixonar por alguém que você pode ver claramente – incluindo a si mesmo. Amar é ter olhos para ver. É só quando você se vê claramente que você pode começar a se amar ".

É no espírito dos ensinamentos de Marc que eu acredito que uma parte crítica do discernimento da aprendizagem no caminho espiritual é a descoberta da doença generalizada do ego e auto-engano que está em todos nós. Ou seja, é quando precisamos de um senso de humor e do apoio de amigos espirituais reais.
À medida que enfrentamos nossos obstáculos para o crescimento espiritual, há momentos em que é fácil cair em um sentimento de desespero e auto diminuição e perder nossa confiança no caminho.
Precisamos manter a fé em nós mesmos e nos outros, a fim de realmente fazer a diferença neste mundo.
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Por Mariana Caplan, Ph.D.

Adaptado de Eyes Wide Open (Olhos Bem Abertos):

Cultivando o Discernimento no Caminho Espiritual (True Sounds)

Fonte: www.huffingtonpost.com/mariana-caplan-phd
Tradução: Silvia Tognato Magini